MUDANÇAS TECNOLOGICAS
As
mudanças tecnológicas, ao mesmo tempo em que fazem com que o processo de
trabalho se modifique, impulsionam novas formas de abordagem sobre a relação
trabalho e capital. Tais mudanças trazem também implicações significativas para
a definição de uma política educacional. Devido ao avanço tecnológico, ao
impacto da informatização, à mundialização da economia, aos novos padrões de
organização do trabalho, a grande indústria começa a reclamar por mudanças no
sistema de ensino. A educação agora passa a ser uma questão econômica essencial
para o desenvolvimento do sistema produtivo; assume centralidade nas discussões
como necessidade estratégica dos países na promoção do desempenho econômico
eficaz de sua população e única alternativa possível para o ingresso no novo
cenário de competição internacional. Essa tem sido, até então, a argumentação
mais usada nos programas educacionais,
tanto do governo quanto do empresariado, para assegurar aos indivíduos conhecimentos,
habilidades cognitivas e competências sociais de acordo com as exigências do mundo do trabalho. Se o processo
de industrialização nos seus momentos iniciais exigia pouco da escola, e o
domínio do conhecimento científico estava restrito aos criadores de máquinas e
a alguns técnicos especializados, o momento atual, de mudanças substanciais na
organização da produção e do trabalho, passa a requerer, além da expansão da
escolaridade mínima, uma reorganização do sistema educacional que contemple o
preparo de homens capazes de utilizar, difundir e produzir conhecimento
científico necessário à competitividade dos setores produtivos. Ao mesmo tempo
em que a demanda de ampliação das atividades educacionais se intensifica, o incremento
da racionalização da organização da produção e do trabalho elimina a
necessidade de um grande número de trabalhadores. As novas tecnologias e formas
organizacionais do trabalho demandam uma qualificação superior da força de
trabalho, o que poderá ser feito com a parcela de incluídos. Há, assim, no ar
um ressuscitar da teoria do capital humano construída nos anos 60; os
trabalhadores incluídos no processo de trabalho vão necessitar de novas capacidades
intelectuais e comportamentais e a educação passa a se constituir em pilar fundamental
do novo padrão de desenvolvimento econômico.
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